sábado, 14 de novembro de 2009

A Minha Aldeia é O Mundo

A Minha Aldeia é O Mundo


Todos sabemos que, mercê das tecnologias hoje existentes, tudo o que se passa em qualquer parte do mundo é logo conhecido por todos desde que o assunto mereça a atenção das televisões, dos jornais e outros órgãos da imprensa a que chamamos “media” (leia-se mídia).

Por conseguinte hoje vivemos naquilo a que se chama a aldeia global. A interdependência das nações e dos produtos dessas mesmas nações é tal que dificilmente hoje podemos dizer que um determinado produto é deste ou daquele país, já que o inventor é duma nacionalidade, o detentor da patente é doutra, o fabrico pertence a uma empresa que é de outra, sendo a mão de obra por vezes oriunda de diversas partes do mundo.

O caso mais característico desta situação é geralmente apontado como o acidente de viação que tirou a vida à princesa Diana de Inglaterra.

Com efeito a princesa Diana de Inglaterra, mãe dos filhos do príncipe Carlos, herdeiro do trono, teve o seu acidente de viação em França, concretamente em Paris, onde seguia num carro alemão, da marca Mercedes, com o seu namorado árabe e perseguido pelos paparazzi italianos.

O caso que vos vou contar é, dentro de outro contexto, o exemplo da aldeia global resultante dos nossos conterrâneos estarem disseminados por esse mundo fora:

Numa das minhas idas a Trás-os-Montes, foi-me oferecida uma garrafa da Adega Cooperativa de Freixo de Numão, do concelho de Vila Nova de Foz Côa, com um vinho espirituoso próprio para antes das refeições, um óptimo aperitivo com a marca “Escorna Bois”.

Veio pois a dita garrafa para minha casa nos arredores do Porto, tendo ficado arrumada para uma ocasião especial ou para um dia que calhasse. O que é facto é não a bebi, nem sequer a encetei (ou incertei como dizemos na minha terra).
Fui mais tarde visitado por um irmão que tenho no Canadá – o Armando- e ofereci-lhe a tal garrafa de aperitivo “Escorna Bois” para ele beber no Canadá quando lhe aprouvesse.

No final de um ano que não posso precisar, telefonei para uma irmã que tenho no Brasil para lhe desejar as “Boas Festas e Novo Ano Cheio de Prosperidades” e para lhe perguntar pela saúde dela e dos seus, como é hábito fazermos quando já não vemos os nossos familiares há muito tempo.

Depois de me dizer que estava tudo bem, perguntou-me se eu fazia alguma ideia do ela estava a beber e em que companhia! Devo ter-lhe dito naturalmente, que estaria a beber um champanhe ou outra qualquer bebida, talvez uma caipirinha, por ser no Brasil, na companhia do seu marido e dos seus filhos.

Disse-me que estava na companhia dos seus, mas o que estavam a beber era um aperitivo “Escorna Bois” trazido do Canadá pelo nosso irmão que tinha ido fazer a Passagem de Ano com ela ao Brasil, e que, claro, estava também presente.

Ou seja, uma simples garrafa, oferecida com todo o carinho e que em condições normais, teria sido bebida em minha casa, resolveu atravessar o oceano, alojar-se no Canadá e na ocasião propícia levou consigo o meu irmão, atravessou o continente americano, Norte, Centro e Sul para servir de aperitivo numa Passagem de Ano em S. Paulo do Brasil.

Não é fácil descrever os sentimentos que me ocorreram devido a esta sucessiva oferta de uma garrafa. Bem haja quem ma ofereceu e bem haja quem a bebeu!

A nossa Aldeia é de facto o Mundo! Cada qual para seu canto, mas todos ao alcance dos nossos gestos e sempre dentro dos nossos corações.



FIM


Leça do Balio, 9 de Novembro de 2009


António Magalhães

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